A grande utilização de produtos fármacos em diversos segmentos da saúde vem se tornando um possível problema ambiental, uma vez que o descarte incorreto, feito pela população, dos resíduos no meio ambiente por falta de legislação especifica de retorno destes resíduos, ainda é uma realidade nacional. Esta lacuna proporcionada pela falta de legislação reflete diretamente nos processos de logística reversa da indústria farmacêutica. A criação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), lei federal 12.305 de 2010, busca exatamente suprir esta necessidade e propor ações de responsabilidade compartilhada em todos os elos da cadeia de suprimento. Esta pesquisa tem o objetivo de analisar o processo de logística reversa utilizado pela indústria farmacêutica no Brasil à luz da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), constituindo um estudo qualitativo, que envolveu a realização de entrevistas com gestores de empresas fabricantes de medicamentos, representante de classe, redes de farmácias e o órgão regulador do setor. Como resultados, pode-se observar uma extensa cadeia de suprimento, a qual é responsável pela distribuição dos medicamentos, porém, não ativa no processo reverso, com isto, identificou-se apenas um fluxo reverso para os medicamentos vencidos nas farmácias, não se preocupando com o último elo de consumo. Foram identificados como principais direcionadores da logística reversa na indústria farmacêutica os aspectos mercadológicos, operacionais, legais e custo. Por fim, observou-se que a cadeia de suprimento da indústria farmacêutica, desde o fabricante até as redes de farmácias, ainda não está preparada para atender as demandas da PNRS, embora exista uma articulação em curso visando ao atendimento dessas demandas.