RESUMOAs fraturas de primeira costela são incomuns e geralmente associadas a grandes traumas torácicos a ponto de servirem como associação com a gravidade do trauma. As fraturas isoladas bilaterais de primeira costela sem grandes traumas torácicos são raramente descritas na literatura. Os sintomas podem passar despercebidos e serem minimizados dificultando o diagnóstico desta condição. O presente relato mostra um trauma direto sobre a região supraclavicular com sintomas de contusão do plexo braquial numa queda de jet ski com uso de salva-vidas. É feita uma revisão da literatura mostrando as diversas faces do problema discutindo-se o tratamento desta condição.
Keywords -Rib fractures, Thoracic injuries; Brachial plexus/ injuries
INTRODUçãOA fratura isolada da primeira costela é um evento raro e a fratura bilateral da primeira costela é ainda mais rara. Geralmente essa fratura está relacionada com o trauma direto no tórax e em dorso superior e, também, com lesões de tecido mole, ossos e estruturas vasculares adjacentes. Na maioria das vezes está associada a grandes traumas torácicos. Pode estar relacionada ainda com contração muscular violenta ou trauma repetitivo, as chamadas fraturas de estresse. Essas fraturas são claramente relacionadas com eventos traumáticos que devem ser investigados, usando-se os meios diagnósticos apropriados, sendo o mais comum deles a avaliação radioló-gica. No caso do trauma de tórax, radiografia de tórax. Mas, algumas vezes, os sintomas não são relacionados com nenhum tipo de trauma. Sintomas inespecíficos, como a dor, podem levar à pesquisa de lesões despercebidas, diagnosticadas como estiramento muscular ou lesões articulares, devido à sua projeção em locais como ombro e escápula. Ainda que rara, quando não associada à grande trauma torácico, a fratura de primeira costela deve ser incluída no diagnóstico diferencial de pacientes que apresentem dor escapular, torácica superior, esternal ou no ombro. Relatamos um caso de fratura bilateral, simétrica, de primeira costela, consequência de um mergulho de alto impacto com uso de colete salva-vidas, devido a uma queda de jet ski em alta velocidade, e uma revisão da literatura para divulgar essa situação clínica pouco frequente, quando não associada à grande trauma da caixa torácica. Não existe, na literatura médica brasileira, relato de fratura de primeira costela.Rev Bras Ortop. 2010;45(3):302-5