A tomada de decisão é um assunto central na discussão cientifico-filosófica contemporânea. Como é que o ser humano decide e age tem vindo a ser um tema amplamente discutido no âmbito das mais diversas áreas do saber, com alguns resultados interessantes, mas ainda insuficientes. Talvez o problema mais pertinente seja saber se os pensamentos podem iniciar e conduzir a ação e, desta forma, ativar o comando motor correspondente. Neste artigo, utilizando o desporto como "laboratório", iremos defender que a consciência e mente não podem contribuir para a decisão e para a ação sem a consciência propriocetiva, isto é, sem os mapas motores que constrangem, influenciam e, em certa medida, determinam a tomada de decisão, a iniciação e condução da ação. Iremos argumentar que o corpo é o iniciador da ação, seja de um modo direto, em forma de automatismos motores que expressam uma intencionalidade de um determinado design corporal, seja de modo indireto, em forma de ideias motoras que antecipam ações motoras anteriormente realizadas.