Estudo de base populacional para determinar perfis de óbitos neonatais precoces ocorridos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, de 2000 a 2003. A definição dos perfis de causas amplia possibilidade de análise sob enfoque de evitabilidade, justificada pela persistência de altas taxas de mortalidade neonatal precoce. Três perfis foram gerados, a partir do enfoque de causas múltiplas, sob a perspectiva dos conjuntos nebulosos ("fuzzy sets"), utilizando-se técnica Grade of Membership. Relacionaram-se esses perfis ao peso de nascimento e a natureza jurídica do hospital de ocorrência do óbito. Nos hospitais da rede privada ocorreram "óbitos dificilmente preveníveis, com menção de malformação congênita" (perfil 2). Aos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) associaram-se dois perfis distintos. Nos hospitais contratados/conveniados ocorreram os "óbitos passíveis de prevenção" (perfil 1) e na rede própria os "óbitos de prematuros" (perfil 3). A tipologia observada aponta para necessidade de adoção de políticas diferenciadas na rede SUS: prioritariamente, na rede contratada/conveniada, ações voltadas para credenciamento e avaliação da qualidade da assistência; e, em toda rede, adoção rotineira de protocolos assistenciais e medidas profiláticas, redutores da morbimortalidade neonatal.