Naquele momento sentimos necessidade de aprofundarmos os conhecimentos sobre radioterapia interna e suas implicações na assistência de enfermagem, pois percebíamos que esta assistência estava baseada apenas nas medidas de proteção radiológica, em detrimento das necessidades imediatas das mulheres submetidas a este tratamento.Além disso, apesar do câncer de colo uterino ter grandes chances de detecção e diagnóstico precoce, sua incidência em estágios mais avançados na população feminina brasileira ainda é motivo de preocupação e estudos. Em vista disso, um grande número de mulheres que procuram os serviços médicos, têm recebido diagnóstico em fases mais avançadas, necessitando de tratamentos especiais.Para o tratamento do câncer de colo uterino, dois métodos foram amplamente difundidos: a cirurgia e a radioterapia, que pode ser externa e ou interna. Mais recentemente, a quimioterapia neodjuvante tem sido indicada com a finalidade de aumentar a eficácia da radioterapia por diminuição do volume e extensão tumorais, e melhora do nível de oxigenação; tornar possível a cirurgia com finalidade curativa e também tratar a patologia extrapélvica fora dos campos de irradiação, com menor taxa de complicações (ANDRADE, 1994).A radioterapia externa, também chamada de Teleterapia é a forma mais comum de tratamento radioterápico e utiliza-se de Raios X ou Raios Gama provenientes de aparelhos de super voltagem (MAMEDE, 1983).A radioterapia interna (Braquiterapia) utiliza-se de pequenas fontes radioativas aplicadas superficialmente ou implantadas em um tumor. Para isso utiliza-se de um sistema intra-cavitário, que é o lugar onde a fonte radioativa permanece dentro de uma cavidade corporal. No caso do tratamento do câncer de colo uterino esta cavidade corporal é o canal vaginal e recebe a denominação de Cesiomoldagem ou Radiomoldagem de acordo com o tipo de elemento radioativo utilizado (Césio 137 ou Rádio 226).Para a realização deste tratamento preconiza-se cuidados especiais para proteção radiológica permanecer em quarto isolado que deverá ter suas paredes blindadas e/ou haver placas móveis de chumbo, proibição de visitas, além dos cuidados com a própria paciente. Assim as pacientes deverão ser orientadas de que não devem movimentar a pelve e nem mudar de decúbito, pois pode haver deslocamento do sistema o que é prejudicial, ou seja, pode irradiar uma área que não aquela planejada, causando problemas como aderência vaginal e/ou fístulas.Deverá ainda permanecer com cateter intra-vesical durante todo o período do tratamento, receberá dieta sem fibras e fórmula constipante para evitar evacuações enquanto estiver com o sistema intravaginal, pois é contraindicada a utilização de comadres, para que não haja deslocamento dos aplicadores.Rev. Latino Am. Enf. -Ribeirão Preto -v. 4 -n. 2 -p. 131-146 -julho 1996 132Os elementos da equipe de enfermagem que cuidam da paciente devem evitar exposições excessivas, portanto, devem planejar cuidadosamente a assistência, de modo a agir com eficiência, pois os cuidados prestados de modo apressado s...