RESUMO: Os autores descrevem sua experiência com o tratamento cirúrgico de 42 pacientes portadores de c;omunicação interventricular (CIV) pós infarto agudo do miocárdio (IAM). Destacam a elevada mortalidade cirúrgica nos pacientes com choque cardiogênico instalado (66,6%) em relação aos demais (9,5%) . A observação de descompensações súbitas em pacientes hemodinâmicamente estáveis tem levado à indicação cirúrgica precoce, se possível, assim que estabelecido o diagnóstico da rotura do septo interventricular (RSI). O comprometimento de múltiplas artérias coronárias e faixas etárias elevadas foram considerados fatores agravantes no prognóstico cirúrgico. O mesmo não ocorreu com a relação fluxo pulmonar/sistémico e shunt E-O , que não guardaram relação com a mortalidade . A técnica de exposição de ambas as cavidades ventriculares e reforço das 2 faces do septo roto com tecido biológico tem fornecido resultados gratificantes na correção da RSI , especialmente de localização posterior. DESCRITORES: rotura ventricular, cirurgia ; comunicação interventricular, cirurgia; infarto do miocárdio, cirurgia.
INTRODUÇÃOEssas evidências elegeram a correção cirúrgica como tratamento obrigatório. Persistem , entretanto, controvérsias quanto ao momento ideal para tal intervenção. Chegou-se a recomendar a espera mínima de 3 semanas após o IAM, períodO suficiente para o desenvolvimento de fibrose no tecido miocárdico, visando facilitar a correção cirúrgica e prevenir eventuais recidivas 8. 20. A contrapulsação com balão intra-aórtico, o uso de drogas vasodilatadoras e de drogas inotrópicas contribuem para a estabilização hemodinâmica -ainda que transitória -de alguns desses pacientes, postergando a intervenção cirúrgica. Entretanto, logo se observou que a ação das drogas vasodilatadoras visando reduzir a pós-carga ventricular também proporciona vasodilatação pulmonar, al-A rotura do septo interventricular (RSI) é uma complicação grave do infarto agudo do miocárdio (IAM) Sua incidência, observada por diversos autores, varia de 0,5% a 3%15. 25. 33, sendo responsável pelo óbito de 1 % a 5% do total dos pacientes infartados 7 • A eVOlução natural da doença demonstra a ineficácia do tratamento clínico isolado 32. 33. Calcula-se mortalidade de 24% nas primeiras 24 horas de sua instalação, 46% na primeira semana, 65% em 2 semanas, 67% a 87% em 2 meses e sobrevida de apenas 5 a 7% ao final de 1 ano 7.