PAZIN FILHO A; SANTOS JC; CASTRO RBP; BUENO CDF & SCHMIDT A. Parada cardiorrespiratória (PCR).Medicina, Ribeirão Preto, 36: 163-178, abr./dez. 2003.RESUMO -São revisados os princípios do atendimento da parada cardiorrespiratória, enfatizando a importância do suporte básico de vida e a conduta diferenciada na dependência dos três principais tipos de parada: fibrilação/taquicardia ventricular, assistolia e atividade elétrica sem pulso. Discutem-se os cuidados pós-reversão, a serem implementados, e sua importância na sobrevida.UNITERMOS -Parada Cardíaca. Ressuscitação Cardiopulmonar. Fibrilação Ventricular. Cuidados Pós-ressuscitação.
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1-INTRODUÇÃOA PCR é situação dramática, responsável por morbimortalidade elevada, mesmo em situações de atendimento ideal. Na PCR, o tempo é variável importante, estimando-se que, a cada minuto que o indivíduo permaneça em PCR, 10% de probabilidade de sobrevida sejam perdidos (Figura 1). O treinamento dos profissionais de saúde no atendimento padronizado dessa situação clínica pode ter implicações prognósticas favoráveis.Variáveis são os contextos em que a PCR pode se apresentar. No plano hospitalar, pode-se prever desde ocorrências em locais menos equipados, como ambulatórios, até as que surgem em outros, muito bem equipados, como as unidades de terapia intensiva e as unidades coronarianas. No entanto, a PCR é mais comum no ambiente pré-hospitalar, fato exemplificado pelo dado histórico de que cerca de 50% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio não chegam vivos ao hospital.A etiologia da PCR é variável, de acordo com a idade. Neste texto, será apresentado o atendimento da PCR no adulto, salientando-se as diferenças no atendimento de crianças e lactentes.
-DIAGNÓSTICO DA PCRO diagnóstico deve ser feito com a maior rapidez possível e compreende a avaliação de três parâ-metros: responsividade, respiração e pulso (Figura 2).A responsividade deve ser investigada com estímulo verbal e tátil. O estímulo verbal deve ser efetuado com voz firme e em tom alto, que garanta que a vítima seja capaz de escutar o socorrista. O estímulo tátil deve ser firme, sempre contralateral ao lado em que se posiciona o socorrista, para evitar que o mesmo seja agredido, involuntariamente, por pacientes semiconscientes.Se não houver resposta, considera-se que a ví-tima esteja em situação potencialmente letal, devendo ser assegurado atendimento médico de emergência. Esse conceito dá suporte ao chamado por ajuda.
Medicina, Ribeirão Preto,Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS 36: 163-178, abr./dez. 2003 Capítulo III