Esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa, progressiva e paralisante que acomete o 1º e 2º neurônio-motores. Os sintomas mais frequentes observados são paralisia progressiva, disfalgia e disfonia, labilidade emocional e distúrbios respiratórios. Com isso, o indivíduo acometido vem a óbito em média de 3 a 5 anos após diagnóstico. Apenas 10% dos casos de ELA são do tipo familiar (ELAf) enquanto que os 90% restantes correspondem à ELA esporádica (ELAs). As mutações mais prevalentes nos pacientes com ELAf se localizam nos genes C9orf72, SOD1, TARDBP e FUS. No Brasil, o perfil genético da ELA é ainda pouco estudado.Alguns dados sugerem que seja similar com o apresentado em algumas populações europeias (italianos) e diferente de populações norte-americanas devido à nossa composição étnica e racial. Nesse estudo identificamos uma variante de risco associada com o gene ATXN1, onde alelos intermediários (>34CAGs) são mais prevalentes em pacientes com ELA comparado a controles. Com relação ao perfil genético em uma coorte de pacientes brasileiros com ELAf, onde a mutação no gene VAPB (28%) foi a mais prevalente, seguido das mutações nos genes C9orf72 (21%), SOD1 (7%) e TARDBP (4%). O rendimento da análise por WES foi de 48%, mas quando consideramos todos os casos de ELAf tivemos cerca de 73% de rendimento diagnóstico. Cinco variantes genéticas novas presentes em genes já conhecidos foram descritas nesse trabalho. O fato de elas não estarem presentes em bancos de variantes internacionais (ExAC, gnomAD e 1000Genomes), reforça que há particularidades ligadas à genética da ELA nos nossos pacientes brasileiros. Este achado tem implicações para a execução dos testes diagnósticos, bem como para o aconselhamento genético.