Técnica, arte e dispersão

Abstract

Ampliada pelo desenvolvimento tecnológico, a movimentação humana na contemporaneidade tem se configurado como diversas formas de dispersão (tanto físicas quanto ideológicas). Em sua expansão centrífuga, a dispersão desconsidera aspectos coletivos da rede inter-relacional em que existimos em prol de atitudes autorreferentes, tais como o crescimento econômico ou o utilitarismo. No entanto, a dispersão ganha um sentido distinto se refletida no campo da arte. Como mecanismo de coletividade, ela possibilita a reflexão sobre o altruísmo e a convivialidade, que elucidam laços sociais distintos à dispersão. Utilizam-se aqui métodos de investigação próprios às ciências humanas e às artes, com a intenção de propor a combinação entre imagens, símbolos e conceitos como metodologia condizente à pesquisa em antropologia e sociologia da arte.

A poética da “lacração” no romance Quenga de plástico, de Juliana Frank

“…À primeira vista, essa definição com base na etimologia da palavra parece se aplicar apenas à pornografia tal como ela é veiculada nos dias de hoje, como material de consumo, visando exclusivamente à comercialização e ao lucro. No entanto, se entendermos a noção de comércio em profundidade, veremos que essa definição pode se aplicar à pornografia em toda sua história, e que é exatamente com base nesse aspecto, o comercial, que é possível estabelecer alguns traços distintivos entre erotismo e pornografia 58 .…”

Nuances Do Erotismo No Poema “Do Desejo”, De Hilda Hilst

“…Buscar uma definição cristalizada entre erotismo e pornografia torna-se, portanto, tarefa impossível. Nesse sentido, Branco (1994) propõe que se observe a distinção entre os termos e não sua definição. Comecemos pela etimologia da palavra: pornografia, que deriva do grego pornos (prostituta), que por sua vez origina-se do verbo pernemi (vender) + grafo (grafia, escrever), ou seja, o termo "pornografia" é relativo à escrita da prostituição ou ainda ao comércio da prostituição (BRANCO, 1994, p. 74).…”

“…É importante nos atermos a questão mercadológica do pornográfico, pois é nesse âmbito que ele se difere do erotismo. Segundo Branco (1994), a comercialização da pornografia transpassa os limites de compra e venda e desemboca em uma forma subliminar de comércio:…”