O escroto agudo, caracterizado pela presença de dor local intensa, edema e alteração da consistência das estruturas da bolsa testicular, constitui uma urgência urológica e corresponde a 0,5% dos atendimentos nos serviços de emergência. As causas mais freqüentes de escroto agudo são os processos inflamatórios locais (orquiepididimites) e vasculares isquêmicos (torção testicular), cujo diagnóstico diferencial nem sempre é feito de forma simples. Nesse sentido, dois exames podem evidenciar as alterações locais, incluindo o fluxo sanguíneo: o ultrassom Doppler e a cintilografia escrotal. A ultrassonografia com Doppler do escroto constitui exame pouco invasivo, de custo acessível, alta disponibilidade, rápida execução e elevada sensibilidade (cerca de 90%) e especificidade (99%). Por outro lado, a cintilografia escrotal permite definir com precisão a irrigação dos testículos, porém demanda maior tempo e não é disponível na maioria dos serviços. Quando com esses recursos propedêuticos o diagnóstico final permanece incerto, a exploração cirúrgica é indicada e deve ser realizada sem demora, de modo a permitir a preservação testicular nos casos de torção do cordão.