A análise se inspira em uma exibição museológica sobre as tradições fúnebres da vila afro-panamenha de Old Bank (localmente chamadas de “nain nait”), a qual foi projetada por meus interlocutores e por mim em 2016. Com base nessa experiência e em quinze meses de etnografia, argumento que é impossível traçar uma fronteira entre parentesco e religião ali. De fato, as práticas e ideias locais de relatedness focam, não em pertencimentos exclusivos relativos ao sangue e ao sobrenome (no caso do parentesco) ou à filiação a uma doutrina específica (no caso da religião), mas sim na atualização de ritos extraordinários e atos de cuidado ordinários resumidos como “liv laik fámili”. Isto é, focam no “viver como família” junto com agências não/humanas e i/materiais, cuja coexistência foi herdada dos próprios antepassados afro-caribenhos e dos próprios parentes Bíblicos (entre os quais, Deus e Diabo), que literalmente habitam os corpos das pessoas.