“…Como observado por Philip Corrigan e Derek Sayer (citados por Cohn & Dirks, 1988, p.228) a hegemonia não se perpetua per si, ela é sustentada, reconstruída e operacionalizada por instituições e agentes com o ensejo na preservação da sua identi-UM NARCISISMO COLONIAL: implicações históricas nas tecnologias de vigilância dade nacional e imaginário cultural muito ancorados à sua experiência de poder colonizador. Esta necessidade de re-territorialização das expressões coloniais é trabalhada por vários estudiosos dos estudos pós--coloniais (Koegler et al, 2020;Gandhi, 2006;Gilroy, 2004;Spivak, 1993), literários e da psiquiatria (Simmons, 2007;Drichel, 2018;Sardar, 2008;Shaw, 2014;Kohut, 2007;Frosh, 2016Frosh, , 2013, que mapeiam, precisamente, a permanência de um narcisismo colonial no espaço e tempo da pós-colonialidade europeia. Este narcisismo é explicado pela dificuldade em aceitar a perda do estatuto de colonizador perante a queda dos poderes imperiais.…”