Em Historiadores do Brasil, Francisco Iglésias avalia alguns dos grandes nomes da historiografia brasileira, dividindo-os em três momentos distintos: o primeiro, até 1838; o segundo, de 1838 a 1931; e o terceiro, de 1931 adiante. Este artigo focará no terceiro desses momentos, o qual tem sido tratado como o momento da "historiografia brasileira moderna". Mais especificamente, gostaria de focar no uso que Iglésias faz de uma linguagem de vícios e virtudes para avaliar aqueles historiadores e seus trabalhos. Vícios e virtudes têm sido usados há muito não apenas para avaliações morais, mas também para avaliações epistêmicas. Ser reconhecido como historiador inclui cultivar repertórios de virtudes consideradas necessárias para ser, de fato, historiador. Enquanto Iglésias avalia seus predecessores, veremos como uma maneira particular de ser historiador - aquela do professor universitário dos anos de 1980 - confronta modelos anteriores de subjetividade acadêmica.