A sarna da batata, de ocorrência generalizada nas principais regiões produtoras do Brasil e do mundo, é considerada como uma das doenças bacterianas mais importantes que afetam a cultura. Sua incidência vem aumentando, tornando-se um fator limitante na produção da batata no Brasil. A sarna é causada por diferentes espécies do gênero Streptomyces, sendo S. scabiei a espécie mais amplamente distribuída. Os sintomas se caracterizam por lesões superficiais ou profundas que podem afetar toda a superfície do tubérculo, acarretando diminuição do seu valor comercial e até mesmo impedindo a sua comercialização. Os mecanismos de patogenicidade de Streptomyces são considerados altamente evoluídos, e diferentes fatores de patogenicidade estão envolvidos nos processos de penetração, colonização e evasão do sistema de defesa da planta, como a fitotoxina taxtomina A, a proteína necrogênica Nec1 e a enzima tomatinase. Entretanto, algumas espécies fitopatogênicas causadoras da sarna não produzem taxtomina, nem a proteína Nec1, indicando que outras vias metabólicas estão envolvidas na patogenicidade dessas espécies. Considerando os fatores favoráveis ao desenvolvimento da doença, diferentes estratégias de controle podem ser adotadas, a fim de se reduzir a incidência e severidade da sarna. Medidas de controle como plantio de cultivares resistentes, certificação de batata-semente, tratamento dos tubérculos antes do plantio e controle químico ou biológico têm sido empregadas. Entretanto, ainda não há um método com total eficácia. Nesta revisão, serão apresentados e discutidos aspectos relevantes sobre o histórico da sarna da batata, etiologia, ciclo de vida do patógeno, distribuição mundial, determinantes de patogenicidade, medidas de manejo e técnicas de identificação do agente causal.