A pesquisa teve como objetivo identificar a influência do conservadorismo sobre o nível de investimento das companhias abertas em razão da crise econômica brasileira de 2014-2017. A pesquisa foi pautada em uma análise empírica por intermédio de coleta de informações relativas às empresas não financeiras de capital aberto, listadas no Brasil, Bolsa, Balcão (B3), durante o período que compreendeu os exercícios de 2010 a 2018. Foi utilizado o modelo de Basu, ajustado para a mensuração do efeito da crise econômica brasileira no conservadorismo condicional das empresas. Em seguida, verificou-se a influência do nível de conservadorismo contábil destas, captado pelo modelo de Basu, nos investimentos em bens de capital das empresas. Os resultados indicam que, em períodos de crise econômica local, as empresas antecipam as futuras perdas aumentando o nível de conservadorismo. Esse comportamento conservador, entretanto, não foi capaz de mitigar os efeitos da crise, que influenciou negativamente o nível de investimentos de capital realizados pelas empresas brasileiras. Adicionalmente, observou-se que as empresas mais conservadoras reduzem significativamente seus investimentos em períodos de crise. Esses achados são relevantes para os investidores, pois estes podem considerar um comportamento conservador mais acentuado nos investimentos futuros das firmas. Cabe ressaltar também que os resultados da pesquisa podem auxiliar as políticas governamentais, no âmbito de que os gestores públicos busquem ações que viabilizem investimentos das empresas, minimizando os efeitos negativos da crise e permitindo um crescimento econômico mais rápido.