Objetivo: Este estudo objetiva verificar a utilização das reservas de caixa e da alavancagem financeira, de forma complementar ou substituta, pelas empresas classificadas em financeiramente restritas e irrestritas da B3.
Método / abordagem: Os dados do período de 2010 a 2020 foram coletados trimestralmente na base da Economatica e a técnica multivariada de análise fatorial por componentes principais foi adotada para segregar as empresas em restritas e irrestritas conforme o rol de variáveis indicadas pela literatura. Os scores, em ordem crescente, do fator principal foram divididos em quartis, em que o primeiro quartil, extremidade inferior, representou as empresas restritas e o terceiro quartil, extremidade superior, correspondeu ao grupo das irrestritas. No total, 1.482 observações classificadas como sendo de empresas financeiramente restritas e 1.553 observações classificadas como sendo de empresas financeiramente irrestritas foram analisadas por meio de regressões múltiplas com dados em painel.
Principais resultados: As evidências empíricas apontaram que, em média, as empresas restritas retêm mais caixa do que as irrestritas, e que as reservas de caixa e a alavancagem financeira são fontes complementares tanto nas empresas financeiramente restritas quanto nas empresas classificadas como irrestritas.
Contribuições metodológicas / sociais / gerenciais: A contribuição deste estudo é a apresentação de uma perspectiva diferente das Teorias Trade-Off e Pecking Order, no sentido de que a primeira trata os recursos como complementares e a segunda como substitutos.
Originalidade / relevância: Esta pesquisa pode subsidiar investidores, gestores, instituições de crédito e agentes reguladores na compreensão das políticas de caixa e de financiamento.