Este estudo objetiva identificar fatores da governança corporativa que afetam a quantidade de covenants financeiros presentes nos contratos de debêntures e a restrição advinda do covenant financeiro “Dívida Financeira Líquida/EBITDA”. Os dados foram analisados por meio de regressões múltipla e logística e os resultados indicam que a concentração de propriedade e o tamanho do conselho de administração são determinantes para definir o número de covenants financeiros inseridos nos contratos das debêntures emitidas. Além disso, os resultados apontam que a concentração de propriedade, o tamanho e a independência do conselho de administração influenciam a probabilidade de a escritura de emissão de debênture conter um covenant financeiro “Dívida Financeira Líquida/EBITDA” mais ou menos restritivo. Como contribuição, este trabalho mostra que as empresas emissoras de debêntures podem procurar mecanismos substitutos à utilização e à restrição de covenants financeiros e, assim, evitar os entraves decorrentes dessas cláusulas contratuais, e fornece apoio à literatura de que mecanismos internos de governança corporativa impactam tanto a quantidade de covenants financeiros quanto a restrição imposta pelo covenant de endividamento em contratos de debêntures.
Nas empresas do setor de energia elétrica as demonstrações contábeis devem ser apresentadas conforme a Contabilidade Societária e a Contabilidade Regulatória. Sendo assim, esta pesquisa objetiva verificar, entre o modelo contábil societário e regulatório, qual melhor explica a variação do preço das ações das companhias elétricas brasileiras no período entre 2011 e 2018. As informações foram coletadas na base de dados da Economatica® e no sítio eletrônico da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A análise foi feita por meio de regressões múltiplas com dados em painel e os modelos foram estimados com base na metodologia de Collins, Maydew e Weiss (1997), desenvolvida a partir de Ohlson (1995). Os resultados apontaram que o modelo societário apresenta poder explicativo superior (R² de 65,39%) em comparação ao modelo regulatório (R² de 58,96), portanto não se rejeita a hipótese de pesquisa levantada de que as informações contábeis societárias são mais relevantes para os investidores em relação às informações contábeis regulatórias. Além disso, a análise adicional indicou que, ao segregar o período de investigação em 2011-2014 (período anterior à vigência da Orientação Técnica do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (OCPC) 08) e em 2015-2018 (período posterior à vigência da OCPC 08), no anterior somente as informações contábeis regulatórias foram estatisticamente significativas e no posterior o modelo societário (R² de 73,37%) denotou maior relevância em relação ao modelo regulatório (R² de 65,41%). Essa maior relevância pode estar atrelada ao fato de que enquanto as demonstrações contábeis societárias têm como base os princípios, as demonstrações contábeis regulatórias do setor elétrico se fundamentam em regras fiscais e tarifárias específicas.
O conselho de administração é um importante mecanismo interno de governança corporativa, já que tem como função primordial monitorar as ações da diretoria executiva, o que reduz possíveis falhas gerenciais. Nesse sentido, este estudo objetiva verificar o efeito da estrutura do conselho de administração na retenção de caixa das companhias abertas no período entre 2010 e 2018. Os dados foram analisados por meio de regressões múltipla e quantílica e os resultados apontaram que a independência, a dualidade de papéis e o tamanho do conselho de administração afetam positivamente o montante de caixa retido pelas companhias abertas.
As demonstrações contábeis das empresas do setor de energia elétrica passaram por mudanças significativas após o processo de convergência da contabilidade brasileira às IFRS. Considerando que uma das principais alterações é o desmembramento do ativo imobilizado em ativo financeiro e/ou ativo intangível, o presente estudo teve como objetivo verificar a relevância do ativo financeiro registrado no contrato de concessão para explicar a variação do preço da ação das companhias elétricas brasileiras entre 2010 e 2018. Os dados foram coletados no site da B³ e na base Economatica® e a análise foi feita por meio de regressões múltiplas com dados em painel. Dois modelos, baseados no Modelo de Ohlson, foram estimados para testar a hipótese da pesquisa de que o lucro líquido, o patrimônio líquido e os ativos financeiros por ação são informações relevantes para explicar o comportamento do preço da ação das empresas. Os resultados indicaram, ao nível de significância estatística de 0,01% e 1%, que os investidores reagem positivamente a essas informações e demonstraram um ganho de 15% do poder explicativo do modelo após adicionar a variável de ativos financeiros por ação. Dessa forma, pode-se afirmar que os valores dos ativos financeiros relativos aos contratos de concessão geram informações relevantes para o mercado de capitais e que a mudança na classificação do ativo imobilizado pode ser uma tentativa de tornar as demonstrações contábeis mais próximas da realidade da empresa.
Objetivo: Este estudo objetiva verificar a utilização das reservas de caixa e da alavancagem financeira, de forma complementar ou substituta, pelas empresas classificadas em financeiramente restritas e irrestritas da B3. Método / abordagem: Os dados do período de 2010 a 2020 foram coletados trimestralmente na base da Economatica e a técnica multivariada de análise fatorial por componentes principais foi adotada para segregar as empresas em restritas e irrestritas conforme o rol de variáveis indicadas pela literatura. Os scores, em ordem crescente, do fator principal foram divididos em quartis, em que o primeiro quartil, extremidade inferior, representou as empresas restritas e o terceiro quartil, extremidade superior, correspondeu ao grupo das irrestritas. No total, 1.482 observações classificadas como sendo de empresas financeiramente restritas e 1.553 observações classificadas como sendo de empresas financeiramente irrestritas foram analisadas por meio de regressões múltiplas com dados em painel. Principais resultados: As evidências empíricas apontaram que, em média, as empresas restritas retêm mais caixa do que as irrestritas, e que as reservas de caixa e a alavancagem financeira são fontes complementares tanto nas empresas financeiramente restritas quanto nas empresas classificadas como irrestritas. Contribuições metodológicas / sociais / gerenciais: A contribuição deste estudo é a apresentação de uma perspectiva diferente das Teorias Trade-Off e Pecking Order, no sentido de que a primeira trata os recursos como complementares e a segunda como substitutos. Originalidade / relevância: Esta pesquisa pode subsidiar investidores, gestores, instituições de crédito e agentes reguladores na compreensão das políticas de caixa e de financiamento.
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