Abstract:The sex in mosquitoes (Culicidae) is relevant for faunistic and epidemiological surveys because only females are competent to transmit pathogens. Sexual dimorphism comprising genitalia and cephalic appendages is ordinarily visible in culicids. Wings may be also dimorphic and thus be complementary to traditional sexing methods. Nevertheless, such dimorphism is not easily noticeable to direct observation. Aiming to formally describe the sexual dimorphism in Aedes scapularis, a mosquito species competent for virus and filariae, wings of males and females were compared using geometric morphometrics and multivariate statistics. We sampled populations from São Paulo and Pariquera-Açu municipalities (State of São Paulo). Concerning wing shape, the sexual dimorphism was evident from blind reclassification tests which were 100% accurate, independently of the geographical origin of samples. On the other hand, wing size was sexually dimorphic only in the population from Sao Paulo. Presumably, wing shape is evolutionarily more stable than its size, an interpretation which is in accordance with the theory posed by Dujardin (2008b). That theory indicates wing shape would be composed of genetically-determined quantitative characters, and marginally influenced by non-genetic factors, whereas wing size would be more labile and predominantly influenced by the environment. Resumo: A detecção do sexo de mosquitos da família Culicidae é importante em estudos faunísticos e epidemiológicos, pois somente as fêmeas possuem competência vetora para patógenos. O dimorfismo sexual de genitália e de apêndices cefálicos é, em geral, facilmente visível em culicídeos. As asas também podem ser dimórficas e assim poderiam complementar o procedimento de sexagem. No entanto, tal distinção não é facilmente notável à observação direta. Visando descrever formalmente o dimorfismo sexual alar em Aedes scapularis, um culicídeo vetorialmente competente para arbovírus e filárias, asas de machos e fêmeas foram comparadas usando-se métodos de morfometria geométrica e análise estatística multivariada. Nestas análises, populações dos municípios São Paulo e Pariquera-Açu (Estado de São Paulo) foram amostradas. A forma das asas mostrou evidente dimorfismo sexual, o que permitiu um índice de acurácia de 100% em testes-cegos de reclassificação, independentemente da origem geográfica. Já o tamanho alar foi sexualmente dimórfico apenas na população de São Paulo. Aparentemente, a forma alar é evolutivamente mais estável que o tamanho, interpretação que está de acordo com a teoria de Dujardin (2008b), de que a forma alar de insetos seria composta por caracteres genéticos quantitativos e pouco influenciada por fatores não-genéticos, enquanto que o tamanho alar seria predominantemente determinado por plasticidade decorrente de influências ambientais. Palavras-chave: Aedini, Ochlerotatus, microevolução, mosquito, vetor.