Este artigo constitui-se em um estudo sobre o hotel em uma perspectiva teórica, histórica e crítica, buscando ampliar o conhecimento sobre as mutações das tipologias arquitetônicas na modernidade no contexto de um desígnio mais amplo e promover a discussão conceitual e transdisciplinar entre a arquitetura e o turismo. O objetivo do trabalho é compreender as articulações entre a gênese e metamorfoses do hotel na modernidade e as práticas sociais relacionadas à hospitalidade, à viagem e, mais recentemente, às atividades de lazer e turismo. O trabalho busca ainda discutir continuidades e descontinuidades no processo de transformação dessa categoria de edifícios, levantando como argumento a ideia de que os hotéis são, por excelência, tipologias arquitetônicas híbridas. Por fim, duas categorias de hotéis importantes surgidas na modernidade são analisadas: o “Grande Hotel” e o “Hotel de Turismo” que, por terem caráter híbrido, possuem significativo potencial de conservação na contemporaneidade, por intermédio de intervenções e estratégias de reuso para outros fins programáticos.