O surgimento de incêndios florestais pode ser de origem antrópica ou natural, ambas causam grandes prejuízos socioeconômico e ambiental, e em boa parte dessas ocorrências são resultantes da ocorrência de Focos de Calor (FC). Nos últimos anos, o Brasil tem sofrido com o aumento significativo de FC, ao qual resultaram em grandes incêndios. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi diagnosticar o comportamento espaço-temporal dos FC no Brasil entre 1999 e 2020, baseados nos dados de dados BDQueimadas do CPTEC/INPE. Para a manipulação e o processamento dos dados, utilizou-se o software de ambiente R versão 3.4-1. Após o armazenamento dos dados, calculou-se os registros totais, médias anual e mensal, e a composição dos anos mais significativos, neste caso, os anos de 2015, 2017, 2019 e 2020. Os resultados apontaram que os maiores acumulados totais e médios anuais variaram entre 10-50 mil FC e 0,5-1,5 mil FC, concentrados na região centro-norte do Brasil, principalmente nos estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Este padrão de alto registros de FC está relacionado ao desmatamento e expansão agrícola nessas regiões. Em escala mensal, as maiores ocorrências de FC ocorrem entre os meses de agosto e novembro, com valores de 0,20-0,45 mil FC, devido ao período de estiagem. Verificou-se que nos últimos anos, o El Niño-Oscilação Sul influenciou a incidência dos FC através da persistência de longos períodos de estiagem, que resultaram em escassez de chuvas e grandes incêndios verificados em 2020 no bioma Pantanal.