RESUMO Objetivo O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um agravo comum para a população e um problema para a saúde pública global em termos de mortalidade, deficiência e demanda de custos. O objetivo deste estudo é verificar quais grupos de comorbidades ligados aos distúrbios fonoaudiológicos são identificados por médicos e enfermeiros das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) para encaminhamento à reabilitação fonoaudiológica e continuidade do cuidado de pacientes pós-AVC nas Atenções Primária e Secundária à Saúde (APS). Método Participaram 22 médicos e enfermeiros das equipes de ESF apoiadas pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família, no sul do Brasil. Um questionário desenvolvido para este estudo foi respondido, explorando variáveis sociodemográficas, histórico de formação, atuação profissional e condutas ao paciente com AVC. Análise descritiva dos dados (frequências absoluta e relativa) foi realizada no Software SPSS 22. Resultados Dos entrevistados, 77,3% encaminham pacientes pós-AVC para fisioterapia e 54,5%, para reabilitação fonoaudiológica. Nenhum profissional realiza encaminhamento por sequelas cognitivas de compreensão; 90,0% encaminham por distúrbios de linguagem expressiva na fala. Para alterações do sistema estomatognático, 80,0% dos médicos não encaminham para fonoaudiólogo e 83,3% dos enfermeiros o fazem. Conclusão Os profissionais demonstraram dificuldade em identificar distúrbios fonoaudiológicos ligados à cognição e ao sistema estomatognático, não encaminhando para reabilitação fonoaudiológica nas Atenções Primária e Secundária à Saúde. Os resultados apontam para a necessidade de ações que auxiliem no processo de educação permanente e melhorem o conhecimento das equipes de APS, para que as sequelas fonoaudiológicas sejam devidamente identificadas e encaminhadas para reabilitação.