This thesis investigates the sensory experiences of urban workers in North Africa during the 4th and 7th centuries. It does so by analyzing changes in the urban forms of certain cities during this period, with a focus on Carthage, Sabratha, Leptiminus, and Meninx. Initially, it seeks to understand the sensory composition of the urban landscape investigated through a series of changes that occurred between the 4th and 5th centuries. To do so, it highlights sensory relationships such as movements, sights, presences, sounds, and smells. Secondly, it explores the ways in which subaltern groups could experience urban senses differently. In this sense, it demonstrates how the concept of sensorial habitus can be useful for understanding the formation of sensory perceptions of subaltern groups. Finally, it investigates the work and housing spaces of urban subaltern groups, as defined as the main formers of their sensory habitus during the 4th and 7th centuries. With a broad chronology in this final part, it seeks not only to understand the formation of these sensory dispositions of urban workers but also to analyze how their ways of experiencing urban spaces could both transform and be transformed by the spaces in which they were generated.
23Tais modos de compreender a sensorialidade provocaram uma verdadeira, para usar as palavras de David Howes 13 , "revolução sensorial" no campo historiográfico a partir do início do século XXI. O problema não era uma ausência de estudos produzidos no campo da história sobre os sentidos e de seus entrelaçamentos com afetos e emoções, pois basta lembrar os trabalhos de alguns autores da tradição francesa que se tornaram clássicos destas abordagens, tais como Georges Lefebvre 14 , Jean Delumeau 15 , Alain Corbin 16 ou Georges Vigarello 17 . Contudo, essas foram produções singulares e esparsas que, apesar do fascínio que geraram, não estabeleceram um campo de estudos sólido. O boom de pesquisas e produções na virada deste século XXI constituiu, ao contrário, não apenas vasta produção bibliográfica, como laboratórios de pesquisas interdisciplinares, sediados em múltiplos países e com enfoque em diversos períodos históricos 18 . As pesquisas sobre a Antiguidade mediterrânea não ficaram fora dessa que pode ser denominada, sem nenhum receio, de "guinada sensorial". De início, eram trabalhos avulsos, pioneiros, como o de Diane Favro 19 sobre a motricidade nas ruas romanas e suas implicações nas experiências e ideias de cidade, ou os estudos de Béatrice Caseau 20 e, mais tarde, de Susan Ashbrook-Harvey 21 , ambos sobre os odores no cristianismo antigo durante a Antiguidade tardia mediterrânea, e mesmo o trabalho de Mark Bradley 22 sobre os significados das cores no mundo imperial romano, para ficar com alguns dos mais conhecidos. Após o surgimento dessas monografias, o interesse e o campo de estudos foram gradualmente ampliados, com a formação, inclusive, de grandes laboratórios de pesquisas, como o Sensory Studies in