Resumo O conceito de competência intercultural (CI) foi introduzido pelos pesquisadores para entender porque e como algumas pessoas, alguns grupos e algumas organizações prosperam em situações interculturais (LEUNG, ANG e TAN, 2014). A literatura sobre CI é ampla e permeada de muitos conceitos, porém, o foco predominante desses conceitos é cognitivo e comportamental, há escassez de estudos em nível grupal. Somado a essa constatação, existe um paradigma emergente mudando a ênfase da CI, inclusive a capacidade de trabalhar com sucesso em uma equipe diversificada e o desenvolvimento de relacionamento subsequente, caracterizando uma abordagem relacional. Com o objetivo de propor um conceito para a competência intercultural grupal (CIG), inexistente na literatura sobre o tema, surgiu a necessidade de um aprofundamento na literatura de CI individual e de uma investigação de como seria possível trabalhar o conceito em nível grupal. Para isso, mostrou-se necessária uma categorização do campo, classificação de conceitos e análise de elementos e dimensões da CI, com base na literatura de competência de forma geral. Isso possibilitou a elaboração de um conceito para a CIG, abrindo uma perspectiva de construção social da realidade (BERGER e LUCKMANN, 2003), onde a CI grupal pode ser mais bem compreendida a partir de uma perspectiva integradora que abarque as interações sociais. As dimensões que permaneceram no conceito de CI grupal foram: interação, eficácia, diferenças culturais, comunicação, aprendizagem e cultura negociada.