Objetivo: Avaliar os níveis de aderência e persistência de indivíduos com esclerose múltipla (EM) tratados com terapias de plataforma no Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologia: Foi analisada uma coorte retrospectiva, onde a fonte de dados primária foi o DATASUS, utilizando as bases públicas disponíveis e anonimizadas. Para o mapeamento do indivíduo único foi feito um relacionamento determinístico a partir de informações disponíveis, que considera equivalentes os registros iguais em determinada chave. Foram incluídos os indivíduos: a) “naïve” ou recém diagnosticados com EM (CID10 G35); b) iniciando tratamento com: Avonexâ, Betaferonâ, Rebifâ ou Copaxoneâ; c) acompanhados por 13 a 18 meses (janeiro/2013 a setembro/2014). A aderência foi medida do pelo MPR (do inglês Medication Possession Ratio), onde MPR>0,8 foi considerada “aderente”. A persistência foi definida como o tempo em meses do início da terapia até o primeiro período >30 dias de espaço entre terapias. Resultados: O número total de indivíduos foi de 1.052, sendo Avonexâ (N=351, 33,4%); Betaferonâ (N=145, 13,8%); Copaxoneâ (N=264, 25,1%); e Rebifâ (N=292, 27,8%). O MPR>0.80 foi significativamente superior (p=0,0253) no grupo Avonexâ (71,8%) versus Betaferonâ (58,6%), Copaxoneâ (65,5%), e Rebifâ (63,7%). Não foram observadas diferenças significativas na persistência terapêutica entre as terapias. Discussão: Os resultados apresentados nesta análise longitudinal retrospectiva de indivíduos com EM tratados com terapias de primeira linha (plataforma) no SUS, condizem com aqueles identificados na literatura cientifica. Conclusão: De um ponto de vista da aderência e persistência terapêutica, Avonexâ mostra-se superior ou, no mínimo, equivalente às terapias de primeira linha no SUS.