As Instituições de Educação Superior (IES) são responsáveis por se constituírem como espaços educadores sustentáveis, configurando-se em modelo e referência para a sociedade. Para isso, uma ação crucial é a gestão dos efluentes produzidos, a qual é fundamental para conservar os corpos hídricos receptores e seus ecossistemas interligados. Assim, por meio da Educação Ambiental, a sustentabilidade nos âmbitos social, ambiental e econômico pode ser promovida. Este estudo quali-quantitativo analisa as percepções e os conhecimentos de 545 integrantes da comunidade acadêmica (estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes) sobre o tratamento e a destinação do efluente no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil). O manejo do efluente é descrito e analisado a partir de indicadores de sustentabilidade e de práticas de outras IES nacionais e internacionais. Os dados obtidos através de um questionário online foram analisados estatisticamente pelo teste Qui-quadrado e, posteriormente, pelo teste Post-Hoc com Correção de Bonferroni, quando necessário. Os participantes mostraram conhecimento satisfatório com relação à composição do efluente, mas insuficiente sobre seu tratamento e destinação final. Quanto à abordagem do tema no ambiente acadêmico, a grande maioria da amostra não demonstrou ter interesse na busca por tais informações e indicou ínfima participação em eventos ambientais específicos sobre resíduos líquidos. Ações de Educação Ambiental e sua divulgação parecem insuficientes, assim como a formação profissional em práticas sustentáveis. Observou-se limitada articulação com autoridades do entorno urbano sobre a gestão do esgoto bruto adentrando o Campus e para a recuperação de áreas degradadas. Além disso, não foi observado reuso de água pluvial ou tratamento interno do efluente para irrigar áreas verdes ou o reaproveitamento do lodo residual como fertilizante, práticas que constituem um espaço educador mais sustentável. Portanto, práticas sustentáveis com relação ao efluente da universidade ainda requerem incentivos, tanto pela Administração Central quanto pela comunidade acadêmica. A publicização da gestão dos resíduos líquidos e das formações ofertadas pela Universidade pode ser amplamente melhorada, assim como a educação ambiental. Ainda assim, a participação da instituição no Green Metric University Ranking foi um passo importante conquistado a partir de 2017.