Neste artigo, pretendo analisar na filosofia de Tomás de Aquino (i) se a “essência absolutamente considerada” (ou “natureza comum”) pode desempenhar papel de fundamento do universal na coisa singular ou indivíduo e (ii) se ela é obtida simultaneamente com a abstração inteligível da essência com intenção de universalidade ou por uma “dupla abstração”. Além disso, procurarei ponderar se a “essência absolutamente considerada” prescinde ou não de certa apropriação tomasiana de uma teoria das ideias e se relacioná-la com as ideias é necessário para a fundamentação da “similitude” entre os universais e os indivíduos. Por fim, abordarei algumas recepções díspares de Tomás de Aquino nos séculos XX e XXI, como realista direto, essencialista, realista indireto, representacionalista etc.