O planejamento da reabilitação protética com implantes dentários deve levar em consideração as características do osso disponível, que incluem densidade, porosidade e proximidade com outras estruturas anatômicas. Quando a área em questão é a maxila posterior atrófica, o tratamento se torna especialmente desafiador para o cirurgião-dentista devido à presença de maior quantidade de osso trabeculado e porosidade, resultando em baixa densidade óssea. Além disso, a região posterior ainda possui grande proximidade com o seio maxilar, que acaba limitando sua dimensão vertical. Como consequência, após a perda dentária, o processo de reabsorção óssea ocorre de forma mais veloz do que em ossos mais densos, como a mandíbula. Os implantes de primeira escolha normalmente são os de tamanho convencional (>10mm). Sendo assim, cirurgias de enxerto ósseo ou elevação de seio maxilar comumente estão relacionadas ao plano de tratamento do paciente, previamente à colocação dos implantes, com o intuito de aumentar a quantidade de osso disponível e, assim, possibilitar a instalação protética. Com o objetivo de diminuir ou evitar a necessidade dessas cirurgias e, por consequência, diminuir a morbidade, complexidade, custo e tempo de tratamento, os implantes curtos surgem como uma alternativa de reabilitação protética. Este estudo abordou, a partir de uma revisão narrativa da literatura, os aspectos biomecânicos e resultados clínicos do uso de implantes curtos na região posterior de maxila, inclusive comparando-os com a instalação de implantes convencionais associados às cirurgias pré-protéticas citadas. Foi possível concluir que o uso de implantes curtos em região posterior de maxila apresenta resultados previsíveis e comparáveis aos de implantes convencionais associados a cirurgias de aumento ósseo e elevação de seio maxilar, sem suas desvantagens. Entretanto, são necessários mais estudos acerca da influência da proporção coroa/implante, bem como mais ensaios clínicos de longo prazo.