Financiamento: Não houve financiamento para este trabalho.
INTRODUÇÃOAmbliopia é a diminuição da acuidade visual unilateral (o mais frequente) ou bilateral, decorrente de deprivação visual e/ou interação binocular anormal. Não tem causa orgânica detectável ao exame físico do olho, ocorrendo no período de imaturidade do sistema visual (1) . Essa é a causa mais comum de baixa acuidade visual na infância (prevalência de 1,6% a 3,6%) (2)(3)(4)(5)(6)(7)(8) . Estrabismo e anisometropia são as causas mais frequentes de ambliopia,ocorrendo em 2 a 5% da população geral (6)(7)(8) . Sabe-se que, devido à maior plasticidade sensorial, quanto mais precoce o tratamento, mais rápida e eficaz será a recuperação visual do paciente. Assim, o diagnóstico precoce e acurado é fundamental para a recuperação visual (2) . No período verbal, o padrão ouro para o diagnóstico de ambliopia é a acuidade visual medida na tabela do ETDRS (Early Treatment Diabetic Retinopathy Study) (9) . Considera-se ambliopia monocular a diferença de visão entre os olhos de duas ou mais linhas. No entanto, para as crianças na fase pré-verbal, o teste de fixação preferencial é o mais utilizado (10) . O teste de fixação preferencial compara a capacidade de fixação de um olho em relação ao outro quando os dois estão abertos. O teste considera que amblíopes monoculares vão apresentar preferência de fixação por um olho e incapacidade de manter fixação com o outro, enquanto que os não amblíopes tenderão a alternar a fixação ou manter melhor a fixação com o olho não preferencial (11) . Baseado nisso, quando o paciente é incapaz de alternar a fixação espontaneamente, oclui-se momentaneamente o olho dominante para posterior avaliação da capacidade do olho contralateral em manter a fixação no alvo exposto. A maioria dos autores considera não haver ambliopia quando a fixação é mantida por 5 segundos ou mais (12)(13)(14)(15)(16) . Os estudos atuais têm mostrado controvérsias quanto à acurácia do teste de fixação preferencial (10) . Tendo em vista a importância do diagnóstico e do tratamento na fase pré-verbal é fundamental que se tenha um teste com máxima acurácia. Observamos, na clínica, uma aparente redução dos resultados falsos positivos quando o teste de fixação preferencial era feito com o paciente tocando o objeto alvo.Assim, o objetivo desse estudo é verificar se a acurácia do teste de fixação preferencial melhora quando o paciente olha e toca o objeto alvo ao invés de apenas olhá-lo, como o teste é classicamente descrito.
MÉTODOSRealizou-se um estudo piloto transversal prospectivo em 40 pacientes. Por amostragem sequencial consecutiva, foram incluídos no