“…Mesmo com sua ampla e rápida difusão entre os países (Baiocchi & Ganuza, 2014), os resultados alcançados têm sido divergentes (Wampler, 2003(Wampler, , 2008, o que tem gerado descontinuidades, sobretudo no Brasil (de Renzio et al, 2019;Wampler & Goldfrank, 2022). Entre as dificuldades, a literatura discute (i) que o tempo para a participação é limitado (Uittenbroek et al, 2019); (ii) as expectativas dos participantes não são atendidas gerando frustração, levando-os a desistir da participação (Mcnulty, 2019;Paulin, 2019;Pires, 2011); (iii) seu uso como uma ferramenta política, ao invés de um esforço democrático, que era seu propósito original (Dias, 2018), levando ao afastamento de cidadãos não interessados em política partidária (de Renzio et al, 2019); (iv) baixo apoio do Poder Legislativo, que apresenta resistências ao perceber que o mecanismo participativo os marginalizava (Baiocchi & Ganuza, 2014); (v) complexidade da informação orçamentária, que possui jargões e conteúdos técnicos e complexos para cidadãos comuns, que em geral não estão dispostos a dedicar o tempo e o esforço necessários para aprender sobre o tema (Ebdon & Franklin, 2006;Wang & Niu, 2020).…”