O presente artigo apresenta os resultados de um estudo empírico sobre a competência bilingue de 180 crianças lusodescendentes, residentes em três áreas linguísticas da Suíça (alemã, francesa e italiana). Com recurso a um cloze test e a um questionário parental detalhado, os resultados mostram que o desenvolvimento do português, a língua de herança (LH) dos participantes, é moldado pela quantidade e o tipo de contacto com a LH no seio da família. Mostra-se, também, que a proficiência em ambas as línguas está positivamente correlacionada, desconstruindo a conceção subtrativa do bilinguismo migratório. Complementarmente, foram recolhidas as opiniões dos professores do Ensino Português no Estrangeiro (EPE) Suíça, do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, através de um questionário e de uma oficina de formação, realçando a necessidade de diálogo triangular entre a investigação científica sobre aquisição da linguagem, a prática didática e a gestão linguística no seio de famílias portuguesas na diáspora.