“…Calvo e Mishkin (2003) reconhecem peculiaridades de economias em desen-volvimento que favorecem maior instabilidade macroeconômica e especialmente cambial, como instituições fiscais mais propensas a gastos populistas e ciclos políticos, baixa credibilidade da autoridade monetária, mercados financeiros menos desenvolvidos, incluindo frágil regulação por parte do governo, tendência à dolarização de passivos (currency mismatch nos balanços do setor privado, isto é, grande volume de passivos em moeda estrangeira não compensados por ativos em moeda estrangeira, o que leva a flutuações no patrimônio líquido em reais decorrentes de flutuações cambiais) e ainda maiores riscos de substituição monetária e sudden-stops dos fluxos internacionais de capitais. 25 Em tal ambiente institucional espera-se maior instabilidade macroeconômica em economias em desenvolvimento, e, dado o histórico de alta e instável inflação nesses países, sobretudo na América Latina, é justificável um maior repasse cambial nas economias em desenvolvimento em relação às desenvolvidas (GOLDFAJN e WERLANG, 2000;NOGUEIRA JÚNIOR, 2007;NORDSTROM et al, 2009). O que vai de encontro à tese de Taylor (2000), segundo a qual, em ambiente de menor credibilidade, com inflação mais alta e preços mais instáveis (maior volatilidade nominal), os formadores de preço levam menos em consideração em suas expectativas de inflação qualquer meta ou projeção de inflação anunciada pela autoridade monetária e se guiam mais por fatores outros, que podem variar muito entre os agentes econômicos, aumentando o disagreement nas expectativas de inflação, gerando assim maior incerteza.…”