RESUMO Este artigo é uma resposta ao diálogo relativo à complexidade e simplicidade em gramáticas pidgin e crioulas. Minha abordagem requer uma visão cronotópica e não finalizada da gramática, bem como noções bakhtinianas que dão importância crucial aos contextos temporais e espaciais nas discussões sobre a expansão, o desenvolvimento linguístico e a historicidade do uso da linguagem. Assumo, nesta pesquisa, uma perspectiva modular, cujo foco recai sobre um componente pragmático da gramática: a ambiguidade no discurso. No presente estudo, enunciados linguísticos que contêm os phrasal verbs1 "rip off" e "hot up" são analisados por suas características ambíguas2 e bivocais. Meu objetivo é ressaltar a importância de se reconhecer a bivocalidade como uma estratégia discursiva complexa na gramática crioula afro-caribenha. Essa característica e outras construções não marcadas, ou marcadas com zero, são difíceis de se justificar utilizando as métricas atuais de complexidade versus simplicidade. Invoco, aqui, ideias de Bakhtin e sua teoria do dialogismo, na esperança de auxiliar em nossa análise do plurilinguismo e do cultivo da ambiguidade no discurso crioulo.