and discontinuous distribution have led some to hypothesize anthropogenic origins, but evidence to date has been inconclusive. Here we present results of a multidisciplinary study addressing this question. A review of the geographic distribution of B. excelsa and comparison with that of similar Lecythis species suggest a number of anomalies that are consistent with a recent and wide colonization of Bertholletia. Published studies and field observations indicate that anthropogenic disturbance facilitates Brazil nut regeneration. Recent genetic studies showing no sequence diversity and no geographical structuring of within-population variability support a rapid and recent irradiation from an ancestral population. Historical linguistic analysis of indigenous terms for Brazil nut suggests a northern/eastern Amazonian origin for Bertholletia, with a concomitant spread of Brazil nut distribution or cultivation to the south and west. Such an expansion would have been particularly facilitated by the emergence of intensive bitter manioc cultivation and networks of interethnic trade beginning in the first millennium C.E. Together, ecological, phytogeographic, genetic, linguistic, and archeological data reinforce the hypothesis that ancient Amazonian peoples played a role in establishing this emblematic and economically important rainforest landscape.'Made in Brasil': A dispersão antrópica da castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa, Lecythidaceae) na antiga Amazônia. A castanha-do-Brasil, Bertholletia excelsa, é uma arvore enorme da terra firme cujas sementes representam o produto florestal não-madeireira mais importante da Amazônia. Alguns pesquisadores, observando sua estratégia ineficiente de dispersão e sua distribuição descontínua, propuseram a hipótese de que suas origens são antrópicas, mas as evidencias até a data são ambíguas. Aqui se apresentam resultados de um estudo multidisciplinar sobre essa questão. Uma revisão da distribuição geográfica de B. excelsa e uma comparação com as sapucaias (Lecythis spp.) sugerem várias anomalias compatíveis com uma recente colonização de Bertholletia pela Amazônia. Estudos publicados e observações em campo sugerem que a perturbação antrópica facilita a regeneração de castanhais. Estudos genéticos recentes demonstram nenhuma diversidade genética de seqüências de cpDNA e nenhuma estruturação geográfica da variabilidade intra-populacional, o qual sugere uma expansão rápida e recente. Estudos lingüísticos sugerem uma origem para Bertholletia no norte/leste da Amazônia, com uma expansão mais recente da distribuição ou cultivação para o sul e o oeste. Tal expansão teria sido facilitado pela emergência do cultivo intensivo de mandioca amarga e redes de contato inter-étnico especialmente a partir do primeiro milênio dC. Dados ecológicos, fitogeográ-ficos, genéticos, lingüísticos, e arqueológicos reforçam a hipótese de que os povos 1 , Bronx, NY 10458-5126 U.S.A. amazônicos antigos tiveram um papel significante no estabelecimento dessa paisagem amazônica emblemática.