Os proturos não possuem nome popular no Brasil. São relativamente comuns, mas face ao tamanho diminuto (0,8–2,6 mm de comprimento), estão pouco representados nas coleções. Pertencem ao grupo de hexápodes basais, com desenvolvimento anamórfico, no qual um segmento abdominal é adicionado a cada muda. Após a maturidade sexual, cessam as mudas. São ápteros, alongados, cilíndricos, não possuem olhos, nem antenas (Fig. 10.1). O sistema traqueal é pouco desenvolvido ou ausente. Uma característica importante nos proturos é que funcionalmente são tetrápodes: as pernas anteriores estão dirigidas para frente e não são usadas na locomoção. Essas pernas mantêm-se elevadas, são mais desenvolvidas que os pares médios e posteriores e funcionam como apêndices sensoriais. O tipo e a distribuição dos sensores são de importância taxonômica. São cosmopolitas, com 804 espécies (Zhang 2011), ocorrendo também em regiões frias, como Alasca e Patagônia. No Brasil, foram registradas 26 espécies (Tab. 10.1), sendo 16 na Amazônia (Overal & Papavero 2002), dez das quais na Reserva Florestal Ducke (Overal & Papavero 2009). A estimativa é que não mais que 10% das espécies existentes já tenham sido descritas no mundo (Szeptycki 1997). Assim, devem existir aproximadamente sete mil espécies no mundo e, no Brasil, cerca de 800 espécies.