A toxoplasmose infecta milhões de pessoas no mundo inteiro, sendo que a prevalência da infecção humana na maioria dos países está entre 40% e 50%. No Brasil essa taxa aumenta até 80%, dependendo da área estudada. Na maioria dos hospedeiros a infecção é assintomática. A mulher grávida com sorologia negativa pode contribuir para o incremento da morbidade, transmitindo o Toxoplasma gondii para o feto, através da placenta, se adquirir toxoplasmose aguda durante a gravidez. O diagnóstico da toxoplasmose aguda é baseado na detecção de IgM anti-Toxoplasma gondii circulante. A alta sensibilidade das técnicas sorológicas atuais trouxe a realidade da presença de IgM residuais confundindo muitas vezes o diagnóstico final. Nesse sentido, as técnicas moleculares, tais como a reação em cadeia da polimerase (PCR), podem ajudar a uma melhor interpretação do estado real da interação parasito/homem, embora sejam ainda pouco validadas para uso na rotina de diagnóstico laboratorial da toxoplasmose.
IntroduçãoO Toxoplasma gondii foi descoberto quase ao mesmo tempo por Nicolle e Manceaux, na Tunísia, e por Splendore, no Brasil, em 1908 (53, 65) . É um protozoário intracelular, que pode parasitar os mais diversos tecidos de vários mamíferos e aves. Seu ciclo de vida é conhecido desde finais da década de 1960, embora muitos pormenores da infecção ainda precisem ser esclarecidos (4) . A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição universal que acomete milhões de pessoas no mundo.Em diversos países, têm sido descritas soroprevalências que variam de 15% a 85% na população humana (39) . Em crianças, a soroprevalência é relativamente baixa, aumentando de acordo com a idade, com a exposição a mais fatores de risco durante o transcorrer da vida (1, 11,67) .No Brasil, a soroprevalência tem sido determinada entre