Resíduos hortícolas podem ser utilizados para a cultivo de cogumelos e obtenção de proteases. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial de resíduos lignocelulósicos como substratos para o crescimento micelial e produção de proteases por Lentinus crinitus DPUA 1693. A cultura matriz foi preparada em ágar batata dextrose (BDA) suplementada com extrato de levedura (YE) 0,5% (p/v). O crescimento micelial vertical (VMC) foi realizado em tubos de ensaio contendo os seguintes resíduos lignocelulósicos suplementados com farelo de arroz (FA): serragem, (SER), semente de açaí (SA) e exocarpos de abacaxi (CAB), cupuaçu (CC) e tucumã (CT). O vigor micelial foi classificado pelo método subjetivo de notas em: Fracamente adensado (I), Mediamente adensado (II) e Fortemente adensado (III). A atividade proteolítica foi determinada utilizando solução de azocaseína 1% (p/v). A caracterização enzimática foi realizada no extrato obtido do cultivo de L. crinitus no resíduo lignocelulósico que favoreceu o desenvolvimento de micélio fortemente adensado e produção significativa de proteases. A VMC significativa foi determinada em SER+FA (0,40 cm/dia). Em CC+FA, este cogumelo cresceu e formou micélio fortemente adensado (III). Atividade proteolítica significativa foi determinada nos cultivos de L. crinitus em CC+FA (6,71 U/mL) e CT+FA (6,44 U/mL). No extrato bruto de L. crinitus cultivado em CC+FA houve predomínio de aspártico proteases que demonstraram atividade ótima em pH 5, a 50 °C. Essas enzimas foram fortemente inibidas por Zn+2 e Mn+2. Os resíduos lignocelulósicos utilizados favorecem a produção de massa micelial e proteases por L. crinitus.