A partir da década de 20, dois fatores adquirem importância na teoria freudiana sobre o desenvolvimento inicial do psiquismo e sobre a gênese das neuroses: a constituição pulsional envolvendo a pulsão de morte e experiências traumáticas precoces. No entanto, não há uma hipótese claramente formulada sobre a maneira como esses fatores interagem entre si. Encontramos, contudo, na teoria psicanalítica kleiniana, hipóteses sobre a relação entre os fatores constitucionais e as experiências precoces que parecem permitir avançar a reflexão freudiana desenvolvida a partir da década de 20. O objetivo deste artigo é retomar algumas das ideias formuladas por Freud sobre a temática em foco, principalmente em “Além do princípio do prazer” (1920), “Inibições, sintomas e angústia” (1926) e “Análise terminável e interminável” (1937) e, em seguida, discutir algumas das contribuições trazidas por Melanie Klein, sobretudo, em seu livro “Inveja e gratidão” (1957).