RESUMOO storytelling visto como um fenômeno tem seus prós e contras, uma vez que o ato de contar histórias de forma intencional, ou não, pode influenciar outras pessoas. Este estudo teve como objetivo analisar o Storytelling sob a perspectiva do seu lado negativo, envolvendo tanto o contador de histórias como o ouvinte. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, objetivos exploratórios e descritivos e como estratégia de pesquisa um estudo qualitativo genérico. Para a seleção dos respondentes, buscou-se entrevistar gestores e empresários que atuavam nas organizações há pelo menos 10 anos, sendo estes participantes de setores distintos. Assim, pode-se identificar as práticas de Storytelling nos mais diversos contextos organizacionais, aumentando a diversidade de elementos que emergem nestes contextos. Logo, o número de entrevistados que compõe esta investigação totalizam 12 gestores e empresários. Dentre as contribuições deste estudo, destaca-se a reflexão sobre o aprofundamento da temática storytelling. Visto como um fenômeno foi possível identificar o que denominou-se como o lado negro do storytelling, isto é, buscou-se evidenciar o perigo que as histórias podem causar para as pessoas, não somente quando mal-intencionadas, mas também existem aspectos imprevisíveis que podem causar problemas futuros ao se contar uma história.
Palavras-chave:Storytelling; Lado Negro; Reflexão.
INTRODUÇÃOO constante crescimento na importância das interações no contexto sócio cultural do mundo moderno, associado às novas formas de interagir e comunicar são os novos desafios dinâmicos que as organizações enfrentam (LIVINGSTONE, 2000). Tais desafios dinâmicos residem na diluição e difusão entre o conhecimento formal e informal, no discernimento do conceito de aprendizagem nos tempos atuais e no reconhecimento das interações sociais no contexto da aprendizagem (OBLINGER, 2006;LANKSHEAR;KNOBEL, 2008).Nesse contexto de aprendizagem, é que se enfatizam os ambientes de aprendizagem onde se busca orientar e desafiar os indivíduos na interação, no compartilhamento e na construção do conhecimento como um processo de aprendizagem (ERSTAD; SILSETH, 2008). O processo de aprendizagem não se desenvolveu por meio das escolas, o processo de ensino e aprendizagem dava-se a partir das experiências dos mais velhos, eles transmitiam seu conhecimento por meio do Storytelling de forma informal e o aprender e o fazer eram elementos fundamentais influenciando na aprendizagem (HARPER et al., 1980). É sobre esta perspectiva que se baseia a visão social da Aprendizagem Organizacional (AO), que não ocorre exclusivamente na mente dos indivíduos, e é considerada a socialização da Aprendizagem Individual (AI) na organização, ocorrendo por meio da participação das ações e interações humanas (ANTONELLO, 2005;ELKJAER, 2004;NICOLINI;GHERARDI;YANOW, 2003). Esta perspectiva social da AO tem o foco na forma em que os indivíduos dão significado às suas experiências