RESUMOEste ensaio teórico tem o objetivo de apresentar a abordagem interpretacionista como uma opção promissora para o estudo de fenômenos organizacionais. Mais especificamente deseja-se propor uma alavancagem de rigor qualitativo-interpretacionista em estudos desenvolvidos em meio ao campo de administração estratégica, onde se percebe a predominância da corrente positivista, apesar do crescente argumento de se trabalhar com delineamentos mais explanativos. Portanto, algumas questões críticas para a evolução da pesquisa interpretacionista neste ramo de conhecimento são discutidas, culminando com a apresentação das dimensões que a estratégia adquire por essa abordagem. Os contornos da perspectiva da estratégia como prática, linha de estudos que se tem apresentado como novo direcionamento para os estudos de estratégia, são oferecidos de forma a integrar os argumentos para uma consideração de estratégia como atividade contextualizada, fluida e contínua. Para finalizar discorre-se sobre a adoção de novas expectativas e pressuposições condizentes com a tradição interpretacionista como uma forma de responder ao distanciamento entre teoria e prática, desafio histórico no campo da administração estratégica.Palavras-chave: estratégia, interpretacionismo, epistemologia, estratégia como prática.
ABSTRACTThe objective of this article is to present the interpretive approach as a promising option for the study of organizational phenomena. More specifically, a leverage of qualitative-interpretivist rigor is proposed for the studies developed in the field of business strategy, where the dominance of a positivist tendency is perceived in spite of the growing argument for more explanative designs. Therefore, the article raises some critical issues for the evolution of interpretative research in this branch of knowledge, culminating with a discussion of the dimensions that strategy acquires through this approach. The outlines of the strategy-as-practice perspective are offered as a way of integrating the arguments in order to have strategy as a contextual, fluid and continuous activity. The adoption of new expectations and assumptions consistent with the interpretive tradition is discussed as a way of responding to the distance between theory and practice, a historical challenge in the field of strategy.