RESUMO: Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, 23 dos 465 atletas que representaram o Brasil nasceram em outros países. Alguns destes atletas são residentes no país, outros são filhos de brasileiros e vivem no exterior e há ainda alguns que não tinham ligações com o país antes da realização dos Jogos Olímpicos, mas receberam propostas ao longo do último ciclo olímpico para tornarem-se brasileiros. Esta não é uma prática nova, uma vez que a primeira participação de um atleta nascido em outro país pelo Brasil ocorreu em 1920, como atirador Sebastião Wolf, nascido na Alemanha. Em algumas modalidades a participação destes imigrantes teve destaque, como por exemplo no judô, que teve a presença de Chiaki Ishii como atleta e medalhista, nos Jogos de Munique, em 1972, e depois como técnico de atletas que tiveram destaque pelo país. O objetivo deste artigo é descrever, a partir das biografias dos atletas olímpicos imigrantes em 2016, o tipo de relação estabelecida com o Brasil, discutindo as distintas condições que possibilitaram seu estabelecimento no país, a partir de diálogo com a literatura específica de migração no esporte. O método utilizado foi baseado uma análise de biografia pública dos atletas, disponibilizada pelo Guia de Mídia distribuído pelo Comitê Olímpico do Brasil e fontes jornalísticas com informações sobre os atletas que participaram dos Jogos Olímpicos Rio-2016. O termo migrantes internacionais é aplicado uma vez que parte dos atletas elencados no estudo é considerada brasileira nata, por questões de ancestralidade, mas há também atletas naturalizados.