OBJETIVO: Caracterizar a qualidade vocal, por meio de análise computadorizada e perceptivo-auditiva, de pacientes com hipertireoidismo (grupo A) e hipotireoidismo (grupo B). MÉTODOS: Vinte mulheres não fumantes, com idades entre 18 e 55 anos, atendidas no Ambulatório de Endocrinologia da instituição, foram avaliadas após o diagnóstico clínico e laboratorial de hipertireoidismo ou hipotireoidismo. Os parâmetros investigados foram: tempo da doença, presença de queixa vocal, tempos máximos de fonação /a/, /s/ e /z/, freqüência fundamental (F0), ruído glótico (GNE). Os aspectos avaliados na análise perceptivo-auditiva, foram: coordenação pneumo-fonoarticulatória (coordenada ou incoordenada), pitch, loudness, ataque vocal, ressonância, velocidade de fala e qualidade vocal, que poderia ter até duas das seguintes classificações: neutra, rouca, soprosa, áspera ou tensa, e grau: leve, moderado ou severo. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente através do programa EPI-INFO 6.04b, método qualitativo Fisher, com nível de significância menor do que 0.05. RESULTADOS: A análise perceptivo-auditiva mostrou que sete pacientes hipotireoideos e nove pacientes hipertireoideos apresentaram alteração na qualidade vocal. Oito pacientes em ambos os grupos apresentaram incoordenação pneumo-fonoarticulatória. Oito pacientes do grupo A e seis pacientes do grupo B referiam queixas vocais como rouquidão e voz grossa, respectivamente. Na análise acústica, nove pacientes apresentaram o ruído glótico alterado. CONCLUSÃO: Os resultados evidenciaram grande incidência de alteração vocal nos grupos estudados (grupos dos pacientes com hipertireoidismo e com hipotireoidismo), o que demonstra a relação entre disfonia e disfunções tireoideanas.