O propósito deste artigo é compreender de que modo as costureiras/modistas, no período entre guerras, serviram como porta de entrada do modernismo e do cosmopolitismo estético em Portugal e no Brasil, evidenciando, simultaneamente, as modalidades através das quais estas mulheres geriam a dedálea tensão entre a sua inserção no mercado de trabalho e as normas hegemónicas da época sobre a feminilidade. Além de uma análise social da moda e do modernismo, através da análise de textos e de arquivos da época, procuraremos analisar de que forma as últimas novidades do mundo da moda chegavam aos dois países e como (e por quem) eram apropriadas, focando-nos quer nas diferenças conforme as épocas - em 1926, caiu a República em Portugal e passou-se para uma ditadura militar -, quer nas semelhanças entre os dois países.