In this article we will analyze the punk movement as an innovator in fashion and contemporary visual imagery. The interpenetrations between these worlds will be approached through the trajectories of Vivienne Westwood, Malcolm McLaren and Jamie Reid. To explain these crosses, we will take a three-level approach: first, we analyze the emergence of punk in England in the mid-1970s, as well as the socioeconomic context that allowed this emergence; then we will search the connection between fashion and punk, how it has been and influenced each other; finally, we will study the lasting impact of this fashion / punk link through the focus on graphic design. The perspective is to perceive the creation and perpetuation of a visual imaginary of punk up to the present considering its legacy and probably even its memory.

Neste artigo, procuramos analisar o movimento clubber de São Paulo nos anos 1990 enquanto potenciador de inovação na moda e no imaginário visual contemporâneo. Neste ensejo, iremos tomar como comparação a cena londrina clubber da mesma época, prosopografando duas figuras centrais de ambas as cenas: Alexander McQueen e Alexandre Herchcovitch. O nosso principal argumento é o de que as cenas clubbers vividas nos anos 1990 por estes dois designers de moda ativam de forma independente energias e socialidades lúdicas entrecruzando criação, intermediação e fruição cultural na pista de dança. Estas cenas são espaços de polivalência (e simultaneidade) de papéis criativos. Rede, simultaneidade, polivalência, interdisciplinaridade, materialidade, imaterialidade assumem-se como atributos inelutáveis das cenas musicais que se transportam para os clubes, e posteriormente para as carreiras de McQueen e Herchcovitch.

Resumo Este ensaio, composto por quatro atos independentes, mas interseccionados a partir da ideia de uma hipervalorização da imagem - de um conceito tensionado da hiperimagem, objetiva refletir sobre as dimensões do consumo cultural das esferas digitais e as problemáticas que emergem de suas polarizações, isto é, as diferenças substanciais, mas continuamente obliteradas, entre real e virtual e suas consequências sobre os corpos e as subjetividades dos indivíduos na contemporaneidade. Partindo de um fazer auto etnográfico - que computa o consumo das redes sociais do próprio autor no período de isolamento social imposto pela sindemia de COVID-19 - e de uma prática artística de escrita, este trabalho afasta-se de qualquer pretensão resolutiva ou axiomática para postular-se como uma provocação aberta, um modo de reinserção dos debates sobre o sujeito nas realidades digitais e como estas interferem e supliciam os corpos e identidades reais. Palavras-chave: hiperimagem; redes sociais; pornografização da vida; covid-19. Abstract This essay, composed of four independent acts but intersected from the idea of an overvaluation of the image - of a tensioned concept of hyperimage, aims to reflect on the dimensions of cultural consumption in the digital spheres and the problems that emerge from their polarizations, that is, the substantial, but continually obliterated, differences between real and virtual and their consequences on the bodies and subjectivities of individuals in contemporary times. Starting from a self-making ethnographic - which computes the consumption of the author on social media in the period of social isolation imposed by the pandemic of COVID-19 - and from an artistic writing practice, this work departs from any resolutive or axiomatic pretension for postulate itself as an open provocation, a way of reinserting debates about the subject in digital realities and how these last interfere and torment real bodies and identities. Keywords: hyperimage; social media; pornographyzation of life. Resumen Este ensayo, compuesto por cuatro actos independientes pero cruzados desde la idea de una sobrevaloración de la imagen - de un concepto tensado de hiperimagen, pretende reflexionar sobre las dimensiones del consumo cultural en las esferas digitales y los problemas que surgen de sus polarizaciones, es decir, las diferencias sustanciales, pero continuamente borradas, entre lo real y lo virtual y sus consecuencias sobre los cuerpos y subjetividades de los individuos en la época contemporánea. Partiendo de una autoconstrucción etnográfica -que computa el consumo de las redes sociales del autor en el período de aislamiento social impuesto por la sindemia del COVID-19- y desde una práctica de escritura artística, este trabajo alejase de cualquier pretensión resolutiva o axiomática para postularse como una provocación abierta, una forma de reinsertar los debates sobre el tema en las realidades digitales y cómo estos interfieren y atormentan cuerpos e identidades reales. Palabras-clave: hiperimagen; redes sociales; pornografización de la vida.

A Sociologia como parte constituinte das ciências humanas faz-se no texto. O pensamento e a imaginação sociológicos – elementos substanciais desse métier – existem pura e somente na abstração de um outro mundo. Configuram a matéria amorfa e complexa que será encarnada e sistematizada na produção textual. Nesse sentido, o sociólogo interessado atua como um canal pelo qual esse conjunto de hipóteses e universos imaginados deve necessariamente atravessar durante o seu processo gestacional. O corpo encarnado da Sociologia é, portanto, um constructo gerado por essa equação intelectual que provoca colisões contínuas entre devaneio e teste, uma operação de formatação do fato social imaginado a partir de um esforço empírico e científico sobre o mesmo. [...]