O objetivo deste artigo é apresentar um saber comum das crianças sobre um modo de vida de trabalho de adultos, visível em uma escola fundamental em Foz do Iguaçu, Brasil, na fronteira com o Paraguai. Na introdução, circunscrevo o contexto da etnografia por meio de considerações téorico-metodológicas. Apresento, primeiro, a paradoxal presentificação da fronteira do Estado-Nação brasileiro na experiência escolar; segundo, a gramática moral do trabalho ilegal visto como legítimo; e, terceiro, exponho o saber das crianças da escola a respeito desse trabalho, explicitado por elas diante das cenas de um curta metragem exibido na sala de aula.