Objetivo: O estudo pretendeu-se analisar as experiências de ES autogestada por mulheres e identificar se tal prática se constitui, ao mesmo tempo, em base de organização econômica, política e social na construção da cidadania. Metodologia: Da perspectiva metodológica, recorreu-se à pesquisa qualitativa associada à quantitativa, porque ambas, não se contrapondo, poderiam ajudar a se apreenderem melhor os significados trazidos pelas mulheres. Resultados: Como o estudo é complexo, requer arcabouço teórico consistente no sentido de dar conta do que se propõe. Para tanto, buscou-se, por meio de debate feminista, que usa gênero como categoria analítica, e no debate sobre ES, averiguar duas questões: a) as organizações de economia solidária conduzidas por mulheres contribuem para o processo de organização social e política das trabalhadoras?; b) nesse movimento, elas vivenciam relações não hierárquicas que apontam para o fortalecimento da autonomia e da construção de direitos? Conclusão: Os dados expostos neste artigo não têm caráter conclusivo, pois, até o momento, não houve condições para conclusão da pesquisa; entretanto, sugerem que, na Paraíba, o movimento cresceu, e, na maioria dos casos, as mulheres os coordenam. Ao lado disso, os mesmos dados apontam para informalidade dos empreendimentos quando gestados por elas, o que dificulta o acesso aos recursos públicos. Ademais, evidencia-se certo conflito entre tarefas domésticas e espaço público da economia solidária. Hoje, em virtude do desmonte das políticas públicas, vivem-se “tempos sombrios” em relação à economia solidária.
Palavras chave: Cidadania. Economia solidária. Mulheres.