Objetivos: identificar prevalência de fumantes entre a população psiquiátrica e a população geral; comparar o perfil pessoal, sociodemográfico e clínico dos fumantes e não fumantes da população psiquiátrica e da população geral; verificar as razões para fumar desses dois grupos populacionais. Método: estudo epidemiológico descritivo-analítico, de corte transversal, com 378 pacientes de três serviços: Ambulatório Saúde Mental, Hospital Psiquiátrico e Unidade Básica Saúde. Realizaram-se entrevistas com três questionários. Aplicaram-se testes qui-quadrado e Kruskal-Wallis. Resultados: dos 378 participantes, 67% eram mulheres e 69% tinham mais de 40 anos. Identificada maior prevalência de fumantes entre homens, jovens, analfabetos, solteiros e recebedores de mais de um benefício do governo. Os fumantes prevaleceram entre os esquizofrênicos, pacientes crônicos, que utilizavam ≥ 3 psicofármacos e com histórico de ≥ 4 internações psiquiátricas e/ou tentativas suicídio. A principal razão alegada para fumar foi a melhora dos afetos negativos. Conclusão: a prevalência de fumantes é maior na população psiquiátrica (especialmente entre os pacientes graves) e entre os homens, jovens, solteiros e com prejuízos socioeconômicos. A principal razão para fumar é o alívio da tensão/relaxamento. O presente estudo fornece, aos enfermeiros e demais profissionais, conhecimento capaz de subsidiar o planejamento de intervenções do tabagismo na população brasileira.