History is not only a valuable part of knowledge, but opens the door to many other parts, and affords materials to most of the sciences ... A man acquainted with history may, in some respect, be said to have lived from the beginning of the world, and to have been making continual additions to his stock of knowledge ... Este artigo propõe-se refletir sobre as relações entre a arte da performance portuguesa e a guerra colonial portuguesa. A simultaneidade no tempo histórico, entre os anos de 1960-1970, levaria a crer que, tal como aconteceu com as temáticas da Ditadura/Revolução, a guerra colonial pudesse ter sido abordada pela performance desenvolvida em Portugal. Contudo, paradoxalmente, se até recentemente não havia registos de nenhuma obra de arte da performance portuguesa desse período que tivesse tratado diretamente o tema, por outro lado, a rememoração inerente aos 40 anos da Revolução e a temas como o Retorno, a Guerra Colonial, etc., assim como o contexto de crise e a re-emergência de um "guião revolucionário" nos novos movimentos sociais em Portugal (que tem vindo a ser disseminado pelos diversos media) têm levado, quer à emergência de projetos artísticos onde a performance e a performatividade têm vindo a ganhar um papel importante, quer a novas re-significações de alguns projetos de performance acontecidos precisamente entre os anos de 1960-1970. Em 2015, por exemplo, Ernesto de Melo e Castro faz referência ao Funerão de Aragal desenvolvido por António Aragão no âmbito do Concerto e Audição Pictórica (1965) caracterizando-o com um "simbolismo evidente tendo em atenção os mortos das guerras nas colónias de África". Neste contexto que papéis assume a performance arte na comunicação da "História" da guerra colonial portuguesa?
Palavras-chave:performance arte portuguesa; guerra colonial portuguesa; memória; História performativa; História especulativa.