RESUMO Objetivo Analisar se existe associação entre a autoavaliação vocal e a prontidão para mudança em pacientes disfônicos. Método Participaram 151 pacientes com queixa vocal e diagnóstico de disfonia, entre 18 e 65 anos de idade, 47 homens e 104 mulheres, atendidos no ambulatório de voz de uma instituição pública. Foram aplicados quatro instrumentos de autoavaliação, incluindo o Questionário de Qualidade de Vida em Voz (QVV), o Índice de Desvantagem Vocal (IDV) e a Escala de Sintomas Vocais (ESV), além da utilização do instrumento URICA-VOZ, para verificação do estágio de prontidão para mudança dos pacientes. Todos os instrumentos foram aplicados imediatamente antes do início da terapia vocal. As variáveis foram correlacionadas e comparadas por meio de estatística inferencial. Resultados A maioria dos pacientes encontrava-se no estágio de contemplação (76,2%, n = 115), 22 (14,6%), no estágio de pré-contemplação e 14 (9,3%), no estágio de ação. Houve correlação negativa entre o escore no URICA-VOZ e o domínio socioemocional e escore total do QVV. Ocorreu correlação positiva entre o escore do URICA-VOZ e os domínios total, emocional e funcional do IDV, assim como entre o escore do URICA-VOZ e os domínios total, de limitação e emocional da ESV. Apenas os valores do domínio socioemocional do QVV e emocional no ESV apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os estágios motivacionais. Conclusões Existe associação entre a autoavaliação vocal e a prontidão para mudança em pacientes disfônicos. Pacientes com maior impacto na qualidade de vida em voz no QVV e maior frequência de sintomas vocais referida na ESV apresentam maior prontidão para mudança.