A escolha da via de acesso para a realização de pro cedimentos coronários invasivos configura uma importante etapa dentro de uma abordagem que contemple a redução de complicações vascula res e de sangramento grave. Embora a técnica femoral se mantenha preponderante, observase um crescimen to consistente na adoção da técnica radial, sabida mente promotora de maior conforto e segurança ao paciente.
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RESUMOIntrodução: Publicações pioneiras desencorajam o uso do aces so ulnar após falha na tentativa de obtenção do acesso radial ipsilateral. Métodos: Registro prospectivo de eficácia e segurança comparando a ocorrência de sangramento e com plicações vasculares entre casos com intenção inicial de utilizar o acesso ulnar e aqueles cujo emprego desse acesso se deu após falha na canulação da artéria radial ipsilateral. Resultados: Entre maio de 2007 e dezembro de 2013, foram rea lizados 11.825 procedimentos coronários invasivos em um único centro, 473 (4%) deles pelo acesso ulnar. Em 65 casos, a canulação da artéria ulnar foi precedida por falha na obten ção do acesso radial ipsilateral. A taxa de sucesso da técnica foi superior a 98%, sendo baixo o número de complicações, em sua maioria decorrentes de hematomas superficiais, sem diferença entre os grupos. Não houve casos de sangramento grave relacionado a via de acesso, pseudoaneurisma, fístula arteriovenosa ou lesão do nervo ulnar adjacente. Conclusões: O acesso ulnar representa uma alternativa segura e eficaz para a realização de procedimentos coronários invasivos selecionados, a despeito de tentativa prévia de obtenção do acesso radial ipsilateral. DESCRITORES: Artéria ulnar. Artéria radial. Angiografia coroná ria. Intervenção coronária percutânea. Hemorragia.
ABSTRACT
Safety and Feasibility of Ulnar Access After Failure of Ipsilateral Radial AccessBackground: Pioneering publications discourage the use of ulnar access after failed attempt to obtain ipsilateral radial access. Methods: Prospective efficacy and safety registry comparing the incidence of bleeding and vascular complications in patients with an initial intention to use ulnar access and those who used this access after a failed attempt to cannulate the ipsila teral radial artery. Results: Between May 2007 and December 2013, 11,825 invasive coronary procedures were performed at a single center, 473 (4%) of them by ulnar access. In 65 cases, the ulnar artery cannulation was preceded by a failed attempt to obtain the ipsilateral radial access. The technical success rate was higher than 98%, with low complication rates, mostly due to superficial hematomas, and no differences between groups. There were no cases of major bleeding rela ted to the access site, pseudoaneurysm, arteriovenous fistula or injury to the adjacent ulnar nerve. Conclusions: The ulnar access is a safe and effective alternative to perform selected invasive coronary procedures, despite previous attempts to obtain the ipsilateral radial access.