Introdução: A prevalência do uso de cocaína e derivados, como o crack, é alarmante nos tempos atuais devido ao seu grande potencial de dependência, com absorção na corrente sanguínea em cerca de quinze segundos a partir da via inalatória. Este artigo tem como objetivo traçar o perfil destes usuários, principalmente mulheres, visando viabilizar políticas públicas profiláticas e terapêuticas para essa dependência. Materiais, sujeitos e métodos: Para sua elaboração, foram consultados artigos científicos referenciados na Medline/PubMED, SciELO e Cochrane entre 2000 e 2024, bem como reportagens em jornais virtuais idôneos. Resultados e discussão: A pesquisa demonstrou predominância das seguintes características de usuárias de crack no Brasil: solteiras, mães (de filhos vivos ou não), desempregadas, com ensino fundamental incompleto. Além disso, as mulheres têm mais predisposição ao suicídio (50%) em relação aos homens (34%). O uso abusivo de crack também é mais intenso (em quantidade da substância) em mulheres do que em homens, assim como o risco de infecções sexualmente transmissíveis. Considerações finais: A pesquisa evidencia diferenças significativas que fazem da população feminina usuária de crack um grupo merecedor de intervenções públicas que vão além do âmbito de saúde, incluindo também aspectos sociais, previdenciários e educacionais.